O sonho da moradia de forma digna, com 
saneamento e água encanada nas torneiras de casa ainda é uma realidade 
distante no Pará. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica 
Aplicada (Ipea), com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostras de
 Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE), o estado tem um déficit de 246.372 mil moradias, dentre elas as 
que se encontram incapazes de atender dignamente os moradores, bem como o
 número de casas que precisam ser construídas para atender famílias que 
estão em situação de coabitação forçada, isto é, compartilhando uma 
unidade habitacional sem que esteja de acordo com seu desejo.
Nossa equipe constatou a precária 
situação de famílias que vivem na Invasão do Japonês, situado no bairro 
do Bengui, próximo à avenida Augusto Montenegro, onde na segunda-feira 
(6) quatro casas ficaram completamente destruídas devido a um incêndio. 
Uma parte do terreno da invasão é alagada e a outra é coberta de terra, 
lama e mato alto, por isso as casas são palafitas, uma ligada à outra 
por pontes de madeira. Não há água encanada para as famílias, que 
precisam interligar canos com a tubulação principal. Segundo a 
população, a Companhia de Habitação do Estado do Pará (Cohab) nunca 
passou pela área.
José Maria Ramos é um dos moradores da 
invasão que teve a casa atingida pelo fogo. Segundo ele, seis pessoas, 
entre filhos e netos, moravam na casa de 20 metros por 6m de frente, 
comprada há dois anos. José, que trabalha como pedreiro, conta que a 
família veio do Maranhão para tratar a doença de uma das filhas e ficou 
morando de aluguel por oito anos. “Eu não tenho documento do terreno, 
tenho apenas um comprovante de compra que também foi embora no 
incêndio”, contou.O déficit habitacional no Pará é um dos maiores do Brasil: de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mais de 1,2 milhão de pessoas não têm moradia apropriada no território paraense. A área metropolitana de Belém lidera o ranking de déficit habitacional, com 20% das moradias em condições precárias, casas improvisadas, mais de uma família morando no mesmo lugar e cômodos cedidos ou alugados (cortiços).
(Diário do Pará)

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