As aldeias indígenas localizadas na Floresta Nacional do Tapirapé, a
400KM da região urbana de Parauapebas receberam nesta quinta-feira, 28, a
Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
A área pertence ao 10º distrito do município e atualmente vivem no
local cerca de 1600 índios da etnia Xikrin, os Kateté, Djudjê-Ko e Odjã.
A Comissão composta pelos vereadores Israel Pereira, Miquinha (PT),
Ivanaldo Braz (SDD) e Maridé Gomes (PSC) ouviu atentamente as
reivindicações dos índios e verificou as demandas de cada aldeia.
Uma comitiva, que contou com a presença do coordenador de relações
indígenas do município, Girlan Pereira, da assistente social Cândida
Delamarques, do diretor da educação escolar indígena, Antônio Jacinto,
do auditor do serviço de avaliação em saúde, Vitor Vales e do
responsável pela coordenação dos postos da zona rural, Romilson
Rodrigues, verificou de perto as necessidades dos índios junto com os
parlamentares.
A visita foi um compromisso firmado pela
Comissão de Direitos Humanos no final de setembro, na ocasião os índios
procuraram os vereadores e pediram ajuda para resolver os problemas da
falta de estrutura da Casa de Apoio e de assistência nas aldeias. Na
época o guerreiro Oyri Xikrin contou que “faltavam medicamentos, médicos
e enfermeiros. Alguns índios que vão fazer tratamento, não tem lugar
para dormir, e há casos onde não existe nem transporte para sair da
aldeia”.
Ao receber essa denúncia a Comissão foi à Casa de
Apoio ao Índio, que está localizada na Serra de Carajás, onde os
indígenas recebem tratamento médico. Ao constatarem a calamidade em que o
local se encontrava, os vereadores solicitaram por meio de indicação ao
Poder Executivo que fosse firmado um convênio para fornecimento de
combustíveis e alimentos.
Já nas aldeias os vereadores
verificaram que ainda faltam medicamentos nos postos de saúde, que
precisam urgentemente de reforma, já que o espaço é pequeno e com baixa
estrutura. O transporte também tem sido realizado de forma irregular,
foi possível encontrar índios andando em carrocerias de caminhonetes e
caminhões para executar os serviços de rotina e a compra e venda de
alimentos na cidade, colocando assim as próprias vidas em risco. Outro
problema detectado foi a falta de uma pista de pouso, necessária para a
retirada de enfermos em situação de emergência, já que as aldeias ficam
em local de difícil acesso.
Durante a visita nesta quinta, o
cacique Kukoipati Xikrin, da aldeia Kateté, explicou que após pedir
apoio aos parlamentares as mudanças começaram a acontecer. “A nossa
condição melhorou, mas muitas medidas ainda precisam ser tomadas
urgentemente. Minha cobrança aqui na aldeia é muito grande e por isso
preciso que hajam novas perspectivas para o próximo ano”, contou o
cacique.
Entre as reivindicações apresentadas pelos índios
estavam a reforma e ampliação das casas, o tratamento de água, a
duplicação da estrada de acesso as aldeias, abertura de poços artesianos
e emissão dos documentos.
Para o presidente da Comissão,
vereador Israel Pereira, o Miquinha, as melhorias serão asseguradas aos
índios. “Estamos formulando uma emenda para incluir no Plano Plurianual
de Aplicação (PPA) e na Lei Orçamentária Anual (LOA) a previsão de
recursos para atender as necessidades das aldeias. Como não temos o
poder de executar, vamos garantir por meio dos recursos que os
benefícios sejam garantidos a vocês”, explicou.
Para o
vereador Braz o poder público tem a obrigação de garantir aos indígenas
uma condição de sobrevivência digna. “Vamos lutar para executar as
necessidades prioritárias urgentemente. Nós viemos aqui assumir esse
compromisso. Ver a realidade de vocês nos leva a ter mais pressa em
solucionar os problemas estruturais da aldeia”, assegurou.
O
vereador Maridé também firmou o compromisso pela causa indígena. “Todos
somos seres humanos, temos necessidades. A mesma mão que se estende para
o homem da cidade deve chegar ao morador do campo”, finalizou. Josiane
Quintino/Ascom CMP
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