Um antigo debate ideológico vem retomando força no Rio
Grande do Sul em meio a uma das piores crises econômicas enfrentadas pelo
estado: o separatismo político. Embalado por quatro bloqueios financeiros
propostos pelo governo federal às contas estaduais, motivados por falta de
pagamentos da gigante dívida do Rio Grande do Sul com a União, o movimento “Sul
é Meu País” propôs à Assembleia Legislativa gaúcha um plebiscito para saber a
opinião pública sobre o projeto.
O possível plebiscito está sendo minunciosamente organizado. Será
realizado sem urnas eletrônicas, do modo antigo, com cédulas depositadas em
urnas de lona. Segunda Celso, o modo eletrônico não é confiável, e será uma das
mudanças buscadas pelo grupo: "o voto eletrônico precisa de comprovante,
para permitir uma auditoria posterior".
Questionado sobre os possíveis resultados das urnas, Deuscher é
enfático ao afirmar que o movimento conta com apoio de 75% de simpatizantes nos
estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Conforme ele, são pelo
menos 20 mil integrantes diretos envolvidos no processo de busca pela
independência em 870 cidades nos três estados.
O grupo não tem envolvimento partidário, e explica a motivação:
"nós não queremos nos envolver com a política que aí está, pois caso
consigamos a independência, estaremos corrompidos pelos mesmos vícios e
recriaremos um Brasil em miniatura. Nós não queremos isso", ponderou. Caso
o plebiscito seja materializado, será realizado no dia 2 de outubro, em
paralelo às eleições municipais de 2016.
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