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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

PF prende quadrilha que aplicava golpes em aposentados pelo Brasil


A polícia identificou 100 vítimas desse golpe. Os bandidos tiveram acesso a informações sigilosas de cinco mil pessoas.

A Polícia Federal prendeu uma quadrilha que aplicava golpes pelo Brasil em aposentados do serviço público com processos na Justiça. Os bandidos tiveram acesso a informações sigilosas de cinco mil pessoas.
Por telefone, uma das vítimas do golpe, uma servidora federal aposentada, contou como os criminosos agiam: “Telefonaram para mim dizendo que eu tinha um processo muito antigo da
Justiça, na importância tal, grande, e se eu tinha dinheiro na caderneta de poupança. Eu disse que tinha, um pouco. Então, eles disseram: ‘Pode dar tanto? Se a senhora puder dar tanto hoje mesmo nós depositamos tanto’”, conta.
Os bandidos diziam que o dinheiro era para cobrir despesas judiciais e davam o número de uma conta para o depósito. Eles sabiam tudo sobre a vítima. “Quando me chamaram no telefone, eles falaram toda a minha vida”, lembra a vítima.
A delegada que investiga o caso diz que os criminosos se apresentavam como autoridades judiciais. A polícia identificou 100 vítimas desse golpe. A maioria com mais de 70 anos, servidores públicos federais aposentados e com ações há anos na Justiça para receber gratificações e remunerações atrasadas.
Como os bandidos tiveram acesso às informações das vítimas? É o que a polícia quer saber. “Todas as hipóteses de hacker e acesso a servidores públicos estão sendo apuradas”, afirma a delegada Fernanda Costa de Oliveira.
Na operação, a polícia prendeu sete pessoas em Brasília, Belo Horizonte, São Luís e em
Parauapebas, no Pará. E encontrou uma lista com os dados de cinco mil pessoas. As contas usadas nas fraudes foram bloqueadas.
A investigação foi possível porque algumas vítimas denunciaram o golpe ao Conselho Nacional de Justiça. “A orientação que o CNJ dá para os brasileiros é que não aceitem fazer nenhum tipo de pagamento de valores a membros ou servidores do judiciário. Porque nenhum juiz, nenhum servidor do Poder Judiciário está autorizado a receber nenhum valor pessoalmente para acelerar um processo ou para proferir decisão em processo judicial”, afirma Wellington Saraiva.
Os presos, seis homens e uma mulher, vão responder por estelionato, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. A partir do material apreendido, a polícia investiga a possível participação de outras pessoas na quadrilha. (G1)

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