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terça-feira, 26 de junho de 2012

Mineração em Carajás expõe dilema entre desenvolvimento e preservação

Enquanto líderes de dezenas de países se reúnem no Rio de Janeiro para discutir desenvolvimento sustentável, um pedaço de Floresta Amazônica revela as dificuldades de se traduzir essas ideias em ações.
Na Serra de Carajás, no Pará, em meio a 400 mil hectares de mata virgem, a mineradora Vale explora, desde 1985, as ricas jazidas de minério de ferro da região.
No ano passado, foram extraídos quase 110 milhões de toneladas, quase tudo para atender ao crescimento da China e outros países asiáticos.
Ao mesmo tempo, nos últimos anos, milhares de cavernas foram descobertas na região, segundo pesquisadores, exemplares raros e pouco conhecidos pela ciência.
Em uma delas, foram encontrados vestígios de ocupações nômades de mais de 9 mil anos, uma descoberta que ajudou os arqueólogos a montarem o quebra-cabeça da pré-história da região.
O problema é que essas cavernas se encontram em áreas riquíssimas em ferro, e dentro dos planos de expansão da empresa.
“As cavernas bloqueiam o avanço da mineração, tanto que até a legislação já foi mudada. Antes, qualquer caverna era protegida, agora, é preciso estabelecer a relevância, de acordo com mais de 20 critérios”, afirmou à BBC Brasil o chefe da Floresta Nacional de Carajás, Frederico Drummond Martins, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Repletas de espécies pouco estudadas e milhares de morcegos, de diversas espécies, as cavernas de minério de ferro são também um enorme atrativo para pesquisadores.
“Em congressos no exterior, nossos colegas ficam perplexos. Existe pouca literatura acadêmica sobre este tipo de formação”, afirmou a espeleóloga Maria de Jesus Almeida, da Fundação Casa da Cultura de Marabá.
Fonte: Folha do Bico

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