Enquanto os Correios tentam na Justiça garantir o dissídio coletivo para seus funcionários, como fez em 2011, a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), sindicato que representa as instituiçoes financeiras, se nega a se reunir com os grevistas e apresentar nova proposta.
O impasse tem afetado pessoas em todo o país.
O Correios diz que 11,2 milhões de cartas e encomendas (16% das correspondências) não foram entregues no prazo estipulado nos dois primeiros dias de paralisação e, por isso, anunciou um mutirão hoje e amanhã para colocar em dia as entregas.
Para conseguir regularizar seu cronograma, a estatal diz estar realocando empregados das áreas administrativas, contratando trabalhadores temporários e oferecendo horas extras aos funcionários que não aderiram ao movimento.
A paralisação da categoria, deflagrada por 25 dos 35 sindicatos regionais, deve continuar até a decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho). Após tentativa frustrada de conciliação na quarta-feira (19), tribunal determinou que ao menos 40% dos trabalhadores da estatal trabalhem durante a greve.
Caso descumpra a orientação, a Fentact (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares), sindicato que representa os grevistas, receberá multa diária de R$ 50 mil.
Entre as localidades paralisadas estão a cidade de São Paulo e o Estado do Rio de Janeiro, que reúnem mais de 68% da carga diária de encomendas dos Correios. Os dez sindicatos de base restantes decidirão até a próxima terça-feira (25) se aderem à paralisação.
Os Correios dizem que o movimento atingidu apenas 9% dos funcionários --10.938 dos 120 mil empregados-- nos dois primeiros dias, mas a paralisação já causou a suspensão dos serviços com hora marcada --Sedex 10, Sedex 12, Sedex Hoje e Disque-Coleta-- para a cidade de São Paulo e a região metropolitana, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Tocantins e o SEDEX Hoje e o Disque-Coleta para o Rio de Janeiro.
BANCÁRIOS
A greve dos bancários, que começou na terça-feira (18), ganhou força ao longo da semana. Enquanto a adesão foi de 5.132 agências e centros administrativos (24% das 21.713 localidades em todo o país) no primeiro dia de paralisação, esse número cresceu 77% e chegou 9.092 locais (42%) no 4º dia de greve, segundo o sindicato da categoria.
O sindicato da categoria disse, ontem, que os bancos perderam mais uma oportunidade para retomar as negociações e apresentar nova proposta, ignorando a presença do comando nacional da greve --que se reuniu em São Paulo.
Na reunião de sexta, o comando nacional orientou os representantes dos sindicatos de todo o país a intensificarem a mobilização nas bases para forçar a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) a romper o silencio e retomar as negociações.
Na quarta, diante do silêncio da Fenaban, o presidente da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e coordenador do comando nacional dos bancários, Carlos Cordeiro, disse que a paralisação iria se estender até a próxima semana. "A possibilidade de a greve acabar nesta semana é nenhuma."
Cordeiro disse à Folha que, a partir do momento em que a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) convocar os grevistas para uma nova rodada de negociação, será necessário chamar o comando nacional após o encontro, para apresentar a proposta, e então realizar as assembleias locais.
Assim, a paralisação só acabaria, na melhor das hipóteses, dois ou três dias após a convocação do sindicato dos bancos.
Fonte: FOLHA.COM
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