Segundo relatos da menor à escrivã “ad hoc” Paula Adriana Barbosa Costa, Airton a perseguia há cerca de 5 anos e que ela já teria relatado à mãe, Eliane Santos, que vinha sofrendo há anos violência sexual por parte do padrasto, todavia, a mãe não teria acreditado na acusação da menor e não tomou nenhuma medida preventiva em auxílio a filha, ignorando o fato relatado.
À polícia, acompanhado da advogada Pamela Alencar de Moraes, o acusado negou todas as acusações imputadas pela enteada à sua pessoa, justificando que a menor “passa por acompanhamento psicológico, devido sofrer algumas reações estranhas, chegando a passar mal, perder a memória e criar fatos que nunca acontecerem”.
Airton foi preso em fragrante e, segundo o delegado Antônio Miranda, vai responder pelo crime de estupro de vulnerável e poderá pegar de 8 a 15 anos de detenção.
Para o psicólogo Wagner Dias Caldeira, que atende a rede pública em Parauapebas e Marabá, casos como este, de abuso sexual por parte dos padrastos, são frequentes em virtude do alto índice de separação e formação de novos casais. Para Caldeira, a perversão se dá, na maioria das vezes, por pessoas que, indubitavelmente, também sofreram abuso na infância em virtude da confiança que depositam ou depositaram nos agressores, geralmente pais, irmãos, tios, etc. No caso em tela, o psicólogo afirma que o fato da agressão se dar há tanto tempo agrava a situação penal do autor, já que o mesmo também deve ter ameaçado a menor para que mantivesse o crime em segredo.
O Núcleo Urbano de Carajás, local pacato e com pouquíssimos relatos de violência é 18 km distante da sede do munícipio de Parauapebas e abriga funcionários da Mineradora Vale. Lá, a população está estupefata com o ocorrido, pois a família era conhecida e sistematicamente frequentava a sociedade local.
Segundo o delegado Antônio Miranda, já foram registrados 31 casos de estupro residencial, onde há a participação de membros da família ou vizinhos, em 2012 em Parauapebas. Miranda afirmou que vem investigando todas as denúncias e que é importante a participação da população para que fatos como estes sejam denunciados.
Texto: Márcia Moura
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