O protético Raimundo Soares faz questão de ressaltar que a caixa d’água da casa onde mora fica o tempo todo tampada. No quintal do imóvel, nada de vasos que possam acumular água. Ele já teve dengue, e sabe o quanto isso é ruim. A preocupação de Raimundo, entretanto, não é com a própria casa, e sim com um terreno abandonado que fica ao lado da casa. Há suspeita de que, no local, haja criadouros do mosquito que transmite a dengue, o aedes aegypti. “Inclusive a minha filha está até com sintomas de dengue. [Sobre o terreno] o pessoal joga muito lixo aí, latinhas, copo descartável, e sempre junta [água]”, explica.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, em Parauapebas há bairros onde o índice de infestação predial pelo aedes aegypti é de quase 10%. O aceitável pelo Ministério da Saúde é de menos 1%.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, em Parauapebas há bairros onde o índice de infestação predial pelo aedes aegypti é de quase 10%. O aceitável pelo Ministério da Saúde é de menos 1%.
O trabalho de combate, principalmente às larvas do mosquito que transmite a dengue, foi intensificado. Mais de 60 agentes de endemia percorrem as ruas da cidade, e assim que encontram um terreno abandonado, por exemplo, tratam logo de destruir qualquer recipiente propício à proliferação do aedes aegypti. “Porque o mosquito voa a até 3 mil metros, ou seja 3 quilômetros. Então, assim como ele pode infectar pessoas desse quarteirão, ele pode infectar pessoas do quarteirão de lá”, explica a agente de endemias Aline Oliveira.
De acordo com os dados da Sespa, nos 30 primeiros dias de 2013 foram notificados, em todo o Pará, 611 casos de dengue. Os municípios com maior número de casos foram: Parauapebas em primeiro lugar, com 104 casos suspeitos; Rio Maria em segundo lugar, com 77 casos; e em terceiro Belém, com 74 casos. “A Secretaria Municipal de Saúde está trabalhando de forma efetiva, de maneira eficaz, mas ela precisa do apoio da sociedade. A sociedade tem que estar lado a lado, tem que estar de mãos dadas com a Secretaria nesse combate”, afirma o secretário de saúde de Parauapebas Romulo Maia.
A conversa entre agentes de endemias e moradores é franca, principalmente quando larvas do aedes aegypti são encontradas. Na casa da cabeleireira Patrícia Santos, as larvas estavam dentro de um reservatório de água. Depois das orientações, ela já sabe que deve redobrar os cuidados contra a dengue. “Eliminar a água parada de recipientes, porque não pode, de jeito nenhum. Muito obrigado por vocês terem vindo aqui em casa e ter orientado cada vez mais”, agradece.
Ainda segundo o balanço da Secretaria, os municípios com o maior número de casos confirmados da dengue em 2013 foram: Rio Maria, com 77 casos confirmados; São Félix do Xingu, com 43 casos; e uma morte na cidade de Rurópolis. (G1)
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