“O Brasil
merece a verdade, as novas gerações merecem a verdade e, sobretudo,
merecem a verdade factual aqueles que perderam amigos e parentes e que
continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia. É
como se disséssemos que, se existem filhos sem pais, se existem pais
sem túmulo, se existem túmulos sem corpos, nunca, nunca mesmo, pode
existir uma história sem voz. E quem dá voz à história são os homens e
as mulheres livres que não têm medo de escrevê-la”.
Segundo a
presidenta, a instalação da Comissão da Verdade não foi movida pelo
desejo de reescrever a história. Para Dilma, a instalação da comissão é a
celebração da transparência da verdade de uma nação que vem trilhando
seu caminho na democracia.
“Ao instalar a Comissão da Verdade
não nos move o revanchismo, o ódio ou o desejo de reescrever a história
de uma forma diferente do que aconteceu, mas nos move a necessidade
imperiosa de conhecê-la em sua plenitude, sem ocultamentos, sem
camuflagens, sem vetos e sem proibições”.
Dilma afirmou que os
sete integrantes da Comissão da Verdade – Cláudio Fonteles, Gilson Dipp,
José Carlos Dias, João Paulo Cavalcanti Filho, Maria Rita Kehl, Paulo
Sérgio Pinheiro e Rosa Maria Cardoso da Cunha – foram escolhidos pela
competência e pela capacidade de entender a dimensão do trabalho que vão
executar.
“Ao convidar os sete brasileiros que aqui estão e
que integrarão a Comissão da Verdade, não fui movida por critérios
pessoais nem por avaliações subjetivas. Escolhi um grupo plural de
cidadãos, de cidadãs, de reconhecida sabedoria e competência. Sensatos,
ponderados, preocupados com a justiça e o equilíbrio e, acima de tudo,
capazes de entender a dimensão do trabalho que vão executar. Trabalho
que vão executar – faço questão de dizer – com toda a liberdade, sem
qualquer interferência do governo, mas com todo apoio que de
necessitarem”, disse a presidenta.
Na cerimônia, a presidenta
também falou sobre a Lei de Acesso à Informação, que passa a vigorar a
partir de hoje, junto com a Comissão da Verdade.
“A nova lei
representa um grande aprimoramento institucional para o Brasil,
expressão da transparência do Estado, garantia básica de segurança e
proteção para o cidadão. Por essa lei, nunca mais os dados relativos à
violações de direitos humanos poderão ser reservados, secretos ou
ultrassecretos”.
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